
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro abriu pela primeira vez a possibilidade de disputar a eleição de 2026, caso seja “da vontade de Deus”. A declaração foi dada em entrevista ao jornal britânico The Telegraph, publicada nesta quarta-feira (24), e repercutida pelo Estadão.
Michelle afirmou que, embora esteja hoje dedicada ao marido e às filhas, está pronta para assumir um papel político se necessário. “Eu me levantarei como uma leoa para defender nossos valores conservadores, a verdade e a justiça. Se, para cumprir a vontade de Deus, for necessário assumir uma candidatura política, estarei pronta para fazer o que Ele me pedir”, disse.
A entrevista ocorreu poucos dias após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão por liderar a trama golpista de 8 de janeiro. Para Michelle, o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) foi uma “farsa judicial” e as acusações, “fabricadas”.
Ela também expressou apoio às intervenções do presidente americano Donald Trump em defesa de Bolsonaro, acusando o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Alexandre de Moraes de estarem por trás da crise institucional e das sanções impostas pelos EUA.
Segundo apurou a Coluna do Estadão, a disposição de Michelle em concorrer gera desconforto dentro do próprio bolsonarismo. Três fatores pesam nesse impasse: a resistência da família Bolsonaro à sua candidatura; o desejo do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de ser o sucessor do pai; e o apoio de setores mais moderados à eventual candidatura presidencial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
Até agora, Michelle vinha sendo cogitada para disputar o Senado pelo Distrito Federal em 2026, mas sua declaração reacende o debate sobre seu papel no futuro da direita brasileira.