Alta no número de fumantes no Brasil acende alerta

Após 20 anos de queda, Brasil registra aumento no tabagismo — e cigarros eletrônicos são apontados como principal causa

Alta no número de fumantes no Brasil acende alerta
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Pela primeira vez em quase duas décadas, o Brasil viu crescer o número de fumantes. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde, segundo reportagem do Correio Braziliense, mostram que o índice de adultos que fumam nas capitais saltou de 9,3% em 2023 para 11,6% em 2024, um aumento de 25% em apenas um ano. A reversão de uma tendência histórica preocupa autoridades de saúde pública.

Até então, o país era considerado um dos exemplos mundiais no combate ao tabagismo, graças a políticas consistentes como aumento de impostos, campanhas educativas, proibição de fumo em ambientes fechados e restrições à propaganda. No entanto, os cigarros eletrônicos e os vapes vêm mudando esse cenário.

Esses dispositivos têm atraído especialmente adolescentes e jovens adultos, influenciados pela aparência moderna dos produtos e pela falsa ideia de que são menos prejudiciais à saúde. Mas estudos apontam que eles também contêm substâncias tóxicas e causam dependência com a mesma intensidade dos cigarros tradicionais.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o tabagismo como uma pandemia global, sendo a principal causa de morte evitável no mundo. Estima-se que cerca de 8 milhões de pessoas morram por ano por doenças relacionadas ao tabaco, incluindo 1,3 milhão de fumantes passivos. O tabagismo está ligado a mais de 50 doenças, como problemas cardíacos, respiratórios e vários tipos de câncer.

Mesmo proibidos pela Anvisa desde 2009, os cigarros eletrônicos continuam sendo vendidos amplamente, inclusive pela internet. Diante disso, o Ministério da Saúde anunciou que vai intensificar as ações de combate ao tabagismo, com foco especial na juventude.

Entre as medidas estudadas estão:

Reforço nas campanhas educativas, especialmente nas redes sociais;

Ações de fiscalização contra a venda ilegal de vapes;

Parcerias com escolas e unidades de saúde para orientar e prevenir o uso;

Ampliação dos programas de cessação do tabagismo em todo o país.

A reversão da tendência de queda no tabagismo é um sinal claro de que o desafio continua — e exige resposta rápida, coordenada e adaptada aos novos hábitos de consumo da população.