Luigi D’Ângelo defende que o centro democrático é o caminho para reconstruir a esperança no Brasil

Secretário-geral do PSDB de Minas reforça o papel histórico do municipalismo mineiro e aposta em liderança moderada para unir responsabilidade fiscal, desenvolvimento sustentável e inclusão social em 2026.

Luigi D’Ângelo defende que o centro democrático é o caminho para reconstruir a esperança no Brasil
Imagem da internet

“Entre o barulho dos extremos e a inércia do desencanto, existe o caminho discreto do trabalho que muda a vida da gente.” Luigi D’Ângelo

O centro aponta o futuro

Nas últimas semanas, percorri estradas de todas as regiões de Minas, encontrando prefeitos, vereadores e lideranças. De cada conversa, emergiu o mesmo recado. A população quer serviços que funcionem e uma política serena, sem o ruído que domina a arena nacional.

Essa demanda por equilíbrio aparece nos números. Pesquisa Genial / Quaest divulgada em julho mostra que 58% dos brasileiros não desejam a candidatura de Lula em 2026 e 62% rejeitam o retorno de Bolsonaro. O eleitor procura pacificação e resultados concretos, não mais a mesma briga.

Esse movimento já se materializa em Minas. Nas eleições de 2024, o PSDB manteve cinquenta e nove prefeituras no estado, superando PT e PL. Essa rede municipal entrega avanços palpáveis em saúde, educação e infraestrutura, conquistando confiança que nenhuma narrativa digital consegue fabricar. É a antítese da política dos “deputados influencers” que atraem milhões de curtidas, recolhem votos em massa e depois somem quando a escola precisa de melhorias, a unidade básica carece de manutenção ou a estrada continua causando acidentes. Cada vez mais o eleitor distingue quem trabalha de perto de quem apenas faz lives em rede social.

Essa predileção por soluções locais não é recente. A vocação municipalista mineira tem raízes profundas. Juscelino Kubitschek experimentou em Belo Horizonte o urbanismo que inspirou o Plano de Metas. Tancredo Neves e Ibrahim Abi-Ackel refinaram a arte da conciliação, respectivamente nas Câmaras Municipais de São João del-Rei e Manhuaçu, antes de trabalharem pela transição democrática. Itamar Franco, moldado pelos desafios de Juiz de Fora, liderou um governo plural que abriu espaço para o Real, consolidado mais tarde por Fernando Henrique Cardoso, com o apoio decisivo de prefeitos e governadores.

Esse legado ganhou impulso institucional nos anos 1990. O então governador Eduardo Azeredo levou o municipalismo a outro patamar ao instituir a chamada Lei Robin Hood (Lei 12.040/95). A norma alterou a distribuição de 25% do ICMS para favorecer os municípios mais carentes, espalhando recursos onde eles eram mais necessários, com base em critérios sociais, ambientais e culturais. Foi uma das primeiras políticas brasileiras a premiar boas práticas de gestão local, colocando recursos onde eles eram realmente necessários.

A virada do século manteve o ritmo. Aécio Neves reforçou a tradição municipalista com o Choque de Gestão. O programa saneou as finanças estaduais e viabilizou iniciativas que chegaram a todos os cantos de Minas. Na saúde, o Farmácia de Minas garantiu remédios em distritos remotos. Na educação, o ensino em tempo integral e o Poupança Jovem elevaram o IDEB e incentivaram estudantes do ensino médio. Na segurança, o Fica Vivo somou prevenção social a polícia comunitária, reduzindo homicídios nas periferias. Na infraestrutura, o Proacesso pavimentou mais de cinco mil quilômetros de estradas, ligando cidades antes isoladas.

O municipalismo mineiro também avança no campo legislativo. Na Câmara dos Deputados, entre tantas ações, posso citar a atuação do nosso presidente estadual do PSDB em Minas, deputado federal Paulo Abi-Ackel, na autoria do PLP 188/2021. O projeto amplia a área de atuação da Sudene para englobar dezenas de municípios do Vale do Rio Doce, ampliando o acesso desses territórios a linhas de crédito, incentivos e programas de desenvolvimento regional.

Assim, o PSDB mineiro preserva e atualiza essa herança. Cada nova viagem pelo interior revela como essa rede de cooperação continua a resolver problemas reais. A história brasileira mostra que grandes viradas ocorreram quando lideranças moderadas encontraram metas comuns, em 1956, em 1985 e em 1994. O calendário de 2026 exigirá fórmula semelhante que una responsabilidade fiscal, desenvolvimento sustentável e inclusão social. Minas tem legitimidade para conduzir mais uma transição.

Entre o barulho dos extremos e a inércia do desencanto, existe o caminho discreto do trabalho que muda a vida da gente. É nele que o PSDB mineiro aposta, convicto de que o centro democrático pode voltar a ser o motor da esperança brasileira.

Luigi D’Ângelo
Advogado e secretário-geral do PSDB de Minas Gerais