A promessa de anistiar Jair Bolsonaro, seus aliados e os condenados pelos atos de 8 de Janeiro é mal recebida pela maioria da população. Segundo pesquisa do Datafolha, 61% dos brasileiros rejeitariam um candidato que apoiasse essa pauta. Apenas 19% votariam com certeza em alguém com esse discurso, enquanto 14% talvez votassem e 6% não souberam responder.
A tentativa de transformar a anistia em bandeira eleitoral virou um problema para a própria direita. Nomes como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo-MG) e Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) já defenderam o perdão, mas recuam ou evitam o tema diante da resistência popular e do impacto internacional causado pelo alinhamento com Donald Trump, que usou o caso Bolsonaro como justificativa para um tarifaço de 50% contra o Brasil. O presente virou bomba: desgastou os aliados regionais e ampliou a rejeição pública ao ex-presidente.
No Congresso, projetos de anistia perderam força. E no STF, a jurisprudência é clara: crimes contra a democracia não são passíveis de indulto. Foi com base nesse entendimento que a Corte anulou o perdão de Bolsonaro ao ex-deputado Daniel Silveira. Enquanto isso, o Planalto de Lula observa, sem propor soluções concretas para conter os danos diplomáticos com os EUA ou enfrentar as pautas que realmente movem o país, como reforma tributária e redução de gastos. No fim, todos calculam o próximo passo, mas poucos dizem a verdade.
Brasil no Centro – informação clara, posição firme.