O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pode perder o mandato caso não retorne ao Brasil. Segundo Motta, o regimento da Casa não prevê a possibilidade de exercer o cargo a partir do exterior, como o parlamentar vem fazendo desde que se mudou para os Estados Unidos em março. Eduardo já declarou que não voltará ao país sem conseguir a anistia de Jair Bolsonaro e aliados, além do impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Para o presidente da Câmara, a mudança de Eduardo foi uma “escolha política”. Nos EUA, o deputado atua para ampliar a influência do ex-presidente Donald Trump sobre assuntos internos brasileiros, incluindo a aplicação de sanções contra autoridades nacionais uma postura que, segundo críticos, contraria os interesses do país que ele deveria representar. “Não há previsibilidade para exercício do mandato à distância”, reforçou Motta.
A permanência de Eduardo Bolsonaro no exterior, enquanto mantém o mandato, abre um impasse político e jurídico. Aliados já cogitam alterar o regimento para permitir a situação, mas a iniciativa encontra resistência. O episódio expõe o paradoxo de um deputado eleito para defender os brasileiros atuar de fora, em articulação com um governo estrangeiro, e ainda ameaçar autoridades do próprio país.
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