Pacheco cotado para o STF e xadrez político mineiro entra em nova fase

Pacheco cotado para o STF e xadrez político mineiro entra em nova fase

O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), voltou a ser nome forte para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal. A articulação ganhou força após o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), defender abertamente seu nome em conversas com o Palácio do Planalto, diante da possibilidade de o ministro Luís Roberto Barroso antecipar a aposentadoria, prevista para 2030.

Segundo interlocutores, Barroso estaria avaliando deixar o tribunal logo após o fim de seu mandato como presidente da Corte, em setembro, para assumir um posto diplomático na Europa. O movimento abriria espaço para que Lula indicasse um novo ministro e Pacheco aparece como opção de peso.

Além do reconhecimento por sua atuação moderada à frente do Senado, Pacheco reúne apoio expressivo no Congresso, fator decisivo em votações dessa magnitude. A defesa de seu nome por Alcolumbre fortalece a possibilidade e coloca o mineiro em rota de saída do jogo político estadual pelo menos como candidato.

IMPACTO EM MINAS: O CAMPO DA CENTRO-ESQUERDA PERDE SEU FAVORITO
Com Pacheco no STF, a sucessão mineira muda radicalmente de cenário. Ele era visto como o candidato mais provável ao governo de Minas em 2026 com apoio de Lula, capaz de enfrentar a direita num estado decisivo.

Sem Pacheco, a centro-esquerda pode ficar órfã de um nome competitivo, abrindo espaço para adversários já posicionados: o atual vice-governador Mateus Simões (Novo), herdeiro natural do projeto de Romeu Zema, e o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos), ambos fortalecidos no campo conservador.

Nesse vácuo, ganha força a hipótese de o ministro Alexandre Silveira (PSD), hoje inclinado a disputar o Senado, assumir a missão de representar a esquerda na corrida ao Palácio Tiradentes.

EFEITO COLATERAL: NOVA MOVIMENTAÇÃO NO SENADO


A eventual ida de Pacheco ao STF também abriria vaga para seu suplente, o ex-deputado Renzo Braz (PP) que poderia se projetar para buscar a reeleição. Há especulação, inclusive, sobre uma possível troca de partido, já que o PP mineiro apoia o nome de Marcelo Aro (atual secretário da Casa Civil de Minas) para o Senado.

O tabuleiro mineiro, que parecia ter peças bem posicionadas para 2026, acaba de sofrer um abalo considerável. Se a nomeação de Pacheco se confirmar, a disputa pelo governo e pelo Senado ganhará novos protagonistas e a centro-esquerda terá de correr para encontrar um nome capaz de competir em pé de igualdade.