
O PT está apurando denúncias de fraude em sua eleição interna na Bahia, após vir à tona que eleitores já falecidos tiveram votos registrados nas cidades de Camaçari e Barro Preto. As irregularidades ocorreram durante o Processo de Eleição Direta (PED), que elegeu presidentes de diretórios municipal, estadual e nacional.
A Câmara de Recursos do partido decidiu, por unanimidade, abrir processo disciplinar para investigar a situação. Segundo as investigações preliminares, pelo menos cinco pessoas mortas votaram em Camaçari, e uma em Barro Preto. A denúncia foi apresentada pela chapa derrotada, Partido Forte, que contesta a validade da votação e promete recorrer à instância nacional.
Em nota interna, o grupo ironizou o episódio:
“O PED 2025 na Bahia virou uma gincana de vale-tudo. No PT, até mortos podem votar — e isso parece ser normal.”
O vencedor da eleição foi Tássio Brito, aliado do senador Jaques Wagner (PT-BA). Apesar das denúncias e da constatação de votos fantasmas, a direção estadual decidiu validar o resultado da eleição nas duas cidades, anulando apenas os votos dos falecidos.
A Câmara de Recursos também determinou a criação de uma comissão para avaliar a dimensão da fraude e, caso sejam encontradas novas distorções, as urnas envolvidas poderão ser anuladas. O diretório estadual do PT não se pronunciou até o momento.
A reportagem teve acesso a listas de votação e aos atestados de óbito que comprovam a participação de eleitores já falecidos no pleito. O episódio expõe uma crise interna e levanta questionamentos sobre a lisura dos processos partidários no principal reduto eleitoral do PT.
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