Bandeira de Trump na Câmara: oposição mistura patriotismo com submissão externa

Deputados do PL levantam faixa com nome de Trump e lema do MAGA em protesto contra decisões do STF. Para críticos, gesto expõe alinhamento com projeto político estrangeiro e racha até mesmo dentro do partido.

Bandeira de Trump na Câmara: oposição mistura patriotismo com submissão externa
Imagem da internet

Um protesto da oposição nesta terça-feira (22) na Câmara dos Deputados terminou com um gesto que escancarou a divisão dentro da direita e levantou críticas sobre lealdades políticas no Congresso: a exibição de uma bandeira com o nome do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em pleno plenário.

A cena protagonizada pelo deputado Delegado Caveira (PL-PA), com apoio de outros parlamentares do PL, incluiu o hasteamento de uma faixa azul com o nome de Trump e a sigla MAGA em referência ao lema “Make America Great Again”, símbolo da direita radical norte-americana. O ato ocorreu enquanto a oposição atacava a decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de cancelar reuniões de comissões marcadas para o dia.

O episódio causou desconforto inclusive entre deputados do próprio PL, que pediram que o estandarte fosse abaixado. A iniciativa, vista por parte dos congressistas como inoportuna e vexatória, foi interpretada como mais uma tentativa de transformar o Parlamento brasileiro em palco de liturgias políticas externas.

O momento de maior tensão coincidiu com pronunciamentos sobre as recentes decisões do ministro Alexandre de Moraes, que impôs medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo tornozeleira eletrônica, recolhimento noturno e proibição de uso de redes sociais.

Nas redes, o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), chamou o ato de “traição”. “Enquanto o país luta contra tarifas e defende sua soberania, tem gente fazendo continência para um projeto estrangeiro”, declarou. “São traidores da pátria, vendidos a uma agenda autoritária.”

A bandeira de Trump foi exibida no momento em que a oposição se mobilizava para votar uma moção de apoio a Bolsonaro, investigado pela Polícia Federal e impedido de se comunicar com aliados incluindo o filho, Eduardo Bolsonaro, que se encontra nos EUA em busca de sanções contra Moraes e o STF.

O gesto dos parlamentares escancarou a confusão entre soberania nacional e subserviência ideológica. Em vez de defender interesses do Brasil, parte da oposição parece preferir importar agendas e símbolos de fora.

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