
A prisão da deputada Carla Zambelli (PL-SP) nesta terça-feira na Itália adiciona mais um capítulo ao extenso histórico de escândalos envolvendo membros do Congresso Nacional. Com ela, chega a 12 o número de deputados federais presos durante o mandato desde 2013 uma média de um por ano.
A lista, que começa com Natan Donadon (MDB-RO), preso por peculato e formação de quadrilha, se estende por nomes de peso da política brasileira como José Genoino (PT-SP) e Eduardo Cunha (MDB-RJ), ambos condenados por corrupção. Há ainda episódios mais graves, como o de Flordelis (PSD-RJ), acusada de ser mandante do assassinato do marido, e Daniel Silveira, que exaltou o AI-5 e ameaçou ministros do STF.
Esses casos expõem as falhas estruturais no sistema político brasileiro. A imunidade parlamentar, prevista na Constituição, deveria proteger a atuação democrática dos representantes mas vem sendo utilizada como escudo para práticas criminosas.
Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal por sua participação na invasão hacker ao sistema do CNJ. Após passagem pelos Estados Unidos, foi presa na Itália, onde aguarda decisão sobre extradição. O caso reacende o debate sobre limites do foro privilegiado e a morosidade nos processos de cassação parlamentar.
De um lado, o Congresso hesita em agir com firmeza contra seus próprios membros. De outro, a sociedade assiste, perplexa, à repetição anual de casos que revelam como o poder segue sendo, para muitos, um salvo-conduto para a prática de crimes.
Brasil no Centro – informação clara, posição firme.