
A prisão preventiva de Jair Bolsonaro (PL), decretada pelo Supremo Tribunal Federal na segunda-feira (4), expôs fissuras no entorno político do ex-presidente. Enquanto o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, foi duramente criticado por aliados pela primeira nota divulgada, considerada vaga e temerosa, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), recebeu elogios pelo posicionamento rápido e incisivo, revertendo parte da insatisfação que enfrentava por ter se ausentado da manifestação de domingo (3).
Valdemar publicou inicialmente apenas um breve texto com a frase “ESTOU INCONFORMADO!!!!! O QUE MAIS POSSO DIZER?”. A reação foi mal recebida, com o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) classificando-a como “imbecil” e interlocutores acusando o dirigente de medo de criticar o STF. Diante da repercussão negativa, Valdemar apagou a postagem e divulgou uma nova nota, mais extensa, criticando o que chamou de “exagero” na condução do inquérito e afirmando que a prisão “acirra os ânimos” antes de qualquer condenação. Ainda assim, líderes como o pastor Silas Malafaia consideraram o texto insuficiente por não atacar nominalmente o ministro Alexandre de Moraes.
Em contraste, Tarcísio de Freitas divulgou um vídeo chamando a prisão de “absurda” e questionando se “vale a pena acabar com a democracia sob o pretexto de salvá-la”. Apesar de não citar diretamente Moraes, a manifestação foi vista como firme e estratégica por interlocutores de Bolsonaro, que tentam transformar o episódio em bandeira contra o que chamam de perseguição política. A medida imposta pelo STF inclui restrições severas: apenas moradores da residência podem ver Bolsonaro sem autorização judicial, gerando discussões até sobre o acesso de funcionários da Presidência. O caso deve seguir repercutindo no Congresso e nas redes, evidenciando divisões e disputas internas no campo bolsonarista.
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