Uma pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira revela que 51% dos brasileiros aprovam a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, em 4 de agosto. Ao mesmo tempo, 53% consideram que Moraes agiu conforme a lei.
O levantamento ouviu 2.002 pessoas com mais de 16 anos em 113 municípios, entre 11 e 12 de agosto, com margem de erro de dois pontos percentuais. A notícia da prisão de Bolsonaro chegou a 87% dos entrevistados, sendo que 30% se disseram bem informados e 42% parcialmente. Apenas 15% disseram ter pouco conhecimento do caso.
Entre os entrevistados, 42% discordam da prisão, enquanto 4% não souberam opinar e 3% se declararam indiferentes.
Moraes justificou a medida diante da reincidência de violações de medidas cautelares impostas a Bolsonaro, incluindo a proibição de usar redes sociais de terceiros para se manifestar sobre processos em andamento. A decisão se deu após o ex-presidente incentivar manifestações contra o STF e a favor da anistia em Copacabana, um movimento que reforça preocupações sobre tentativas de interferir no funcionamento das instituições democráticas.
O ex-presidente será julgado no próximo mês pela acusação de tentar um golpe de Estado após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022. A defesa já apresentou suas questões finais.
A pesquisa também mostra que 53% dos brasileiros rejeitam avaliações internacionais que acusam Moraes de violar direitos humanos, como a inclusão de seu nome na lista de análises da Lei Magnitsky pelos Estados Unidos. Apenas 39% acreditam que o ministro age por motivação política.
Por fim, o levantamento revela a percepção do público sobre o tratamento do Judiciário: 43% acham que Bolsonaro é tratado com mais rigor que outros políticos, enquanto 37% consideram que o tratamento é igual, 13% acham que ele recebe tratamento mais favorável e 7% não opinaram.
O Datafolha reforça que, diante dos extremos representados por Bolsonaro e Lula, a população brasileira busca decisões judiciais que garantam a estabilidade institucional e a manutenção da democracia.