O deputado federal Antônio Carlos Rodrigues foi expulso do Partido Liberal (PL) após declarar publicamente apoio ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e criticar a decisão do governo norte-americano de aplicar sanções contra o magistrado com base na Lei Magnitsky.
Em entrevista ao site Metrópoles, o parlamentar chamou a medida de Trump de “o maior absurdo” que já presenciou na política, defendendo Moraes como “um dos maiores juristas do país” e questionando a interferência dos Estados Unidos: “Trump tem que cuidar dos Estados Unidos. Não se meter com o Brasil como está se metendo”.
A resposta veio rapidamente. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, confirmou a expulsão por meio de nota enviada a parlamentares do partido. Segundo ele, a pressão da bancada foi “muito grande” e as declarações do deputado foram consideradas inadmissíveis.
“O que precisamos é de diplomacia e de diálogo, não de populismo barato, que só atrapalha o desenvolvimento da nossa nação”, afirmou Valdemar. “Chega de arrumar confusão. Temos que arrumar o Brasil.”
Antônio Carlos Rodrigues era um dos poucos deputados do PL com perfil moderado e histórico de votações favoráveis ao governo federal. Surpreso, disse que soube da expulsão pela imprensa. Em nota, afirmou que nunca trocou de partido e que suas declarações são parte legítima do exercício parlamentar.
“Aguardo, com tranquilidade e responsabilidade, um posicionamento oficial do Partido Liberal”, concluiu.
O episódio evidencia o grau de intolerância dentro do partido de Bolsonaro e o alinhamento cego com interesses externos, mesmo que isso signifique atacar um ministro do Supremo ou silenciar divergências internas.
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