Eduardo Bolsonaro diz trabalhar contra missão do Senado nos EUA e defende pressão por anistia

Deputado afirma que grupo de senadores está “fadado ao fracasso” e que negociação só ocorrerá se houver gesto político, como o fim do julgamento contra seu pai

Eduardo Bolsonaro diz trabalhar contra missão do Senado nos EUA e defende pressão por anistia
Imagem da internet

De licença formal encerrada, mas ainda nos Estados Unidos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) resolveu intensificar os embates políticos dentro e fora do país. Em entrevista ao SBT News, o parlamentar declarou abertamente que está atuando para inviabilizar a missão oficial do Senado que tenta reverter a sobretaxa de 50% imposta por Donald Trump a produtos brasileiros.

“Eu trabalho para que eles não encontrem diálogo”, disse Eduardo, referindo-se à comitiva composta por oito senadores de diferentes partidos, incluindo nomes ligados ao seu próprio campo político, como Tereza Cristina (PP) e Marcos Pontes (PL), ex-ministros do governo Bolsonaro. O grupo se reuniu nesta semana com representantes do setor privado em Washington e ainda tenta estabelecer contato com autoridades do governo americano.

Para Eduardo, a iniciativa “está fadada ao fracasso” por adotar uma abordagem apenas econômica para um problema que, segundo ele, é “político, institucional e judicial”. O deputado afirmou que Trump só estaria disposto a negociar se o Brasil desse um sinal claro de mudança o que, na sua avaliação, passaria pela anistia aos condenados por tentativa de golpe, incluindo o próprio Jair Bolsonaro.

“O problema não é meramente comercial, mas institucional. Se o Brasil der um primeiro passo, o Trump abre uma mesa de negociação”, declarou. Em sua visão, a comitiva estaria dando esperanças infundadas ao Judiciário brasileiro ao tratar a crise como meramente econômica. Ele chegou a afirmar que a atuação dos senadores “prolonga o sacrifício dos brasileiros”.

Eduardo ainda reforçou que não espera qualquer adiamento das tarifas, pois o Brasil teria sido “ineficiente em dar a resposta exigida” pelo ex-presidente americano. Segundo apuração da imprensa, o filho de Bolsonaro teria participado da reunião com Trump que definiu a sobretaxa, tornando sua posição ainda mais controversa entre parlamentares do Centrão e da bancada do agronegócio, que enxergam sua atuação como sabotagem às negociações e aos interesses nacionais.

Mesmo com críticas crescentes, Eduardo mantém o apoio de um núcleo fiel do bolsonarismo raiz, mas sua postura tem contribuído para seu isolamento político. Parte do Congresso já descarta qualquer protagonismo seu na disputa eleitoral de 2026, avaliando que ele se tornou um passivo político e até jurídico dentro do próprio campo da direita.

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