Governo Lula subestimou ameaças de Trump e Eduardo Bolsonaro

Governo Lula subestimou ameaças de Trump e Eduardo Bolsonaro

Ministros do governo Lula reconheceram, em conversas privadas, que subestimaram as ameaças de sanções feitas pelos Estados Unidos e pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) contra autoridades brasileiras. Segundo relatos de dois ministros influentes, até o momento do anúncio das sanções, essas promessas eram vistas como simples “bravatas” e, por isso, não receberam a devida atenção.

A diplomacia brasileira, em especial através do Ministério das Relações Exteriores, havia transmitido aos membros do governo uma sensação de que as sanções não se concretizariam. O próprio ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, minimizou a ameaça em julho, afirmando em entrevista à Folha de S. Paulo que o Brasil não deveria se preocupar com essas sanções, já que as leis dos EUA se aplicam apenas no território americano.

Entretanto, dias depois, o governo Trump concretizou a ameaça, revogando o visto de Alexandre de Moraes, ministro do STF, e aplicando a Lei Magnitsky contra ele, o que fez os ministros de Lula revisarem sua postura.

De acordo com membros do governo, a efetivação das sanções não prova um grande prestígio de Eduardo Bolsonaro junto a Trump, mas sim a sua habilidade em aproveitar a onda política que se alinha aos interesses de Washington.

Este episódio revela a falta de uma política externa mais robusta e estratégica, capaz de antecipar e lidar com as dinâmicas de poder internacional. A postura do governo Lula foi marcada por uma reatividade que, no final, comprometeu a imagem do Brasil no cenário global.