
A Polícia Federal realizou nesta quarta-feira (30) uma operação para apurar suspeitas de compra de votos com recursos ilícitos nas eleições municipais previstas para 2024. Entre os alvos estão o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Samir Xaud, o superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Roraima, Igo Gomes Brasil, a deputada federal Helena da Asatur (MDB-RR) e o empresário Renildo Lima.
Batizada de Caixa Preta, a operação executou dez mandados de busca e apreensão e determinou o bloqueio judicial de mais de R$ 10 milhões em contas dos investigados. Os mandados foram cumpridos em residências e escritórios em Roraima e no Rio de Janeiro — incluindo a sede da CBF.
O caso tem origem na apreensão de dinheiro em espécie com Renildo Lima em setembro do ano passado. À época, ele foi detido com maços de cédulas escondidos na roupa íntima. As investigações evoluíram para suspeitas de articulações político-partidárias envolvendo repasses ilícitos com objetivo de interferir no processo eleitoral.
Samir Xaud, que também é suplente de deputado federal pelo MDB, teve sua residência vasculhada pela PF em Boa Vista. Segundo relatos, ele esteve reunido recentemente com o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, em Brasília, para tratar de assuntos institucionais. A CBF informou que a operação não está relacionada à atuação da entidade esportiva e que seu presidente está à disposição das autoridades.
A deputada Helena da Asatur, por sua vez, não se encontrava no endereço visitado pelos policiais. Segundo apurações, ela retornou ao estado horas antes da ação.
As autoridades ainda não detalharam os vínculos formais entre os investigados. No entanto, a presença de membros do alto escalão de órgãos públicos e representantes políticos no centro do inquérito levanta questionamentos sobre o uso de estruturas institucionais em articulações eleitorais fora dos limites legais.
Brasil no Centro – informação clara, posição firme.