O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, reforçou que o ideal seria que o partido lançasse um candidato à Presidência em 2026, mas afirmou não enxergar dificuldades em apoiar nomes de outros partidos, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), desde que haja compromisso com o país e coerência entre campanha e governo.

Em entrevista, Perillo afirmou que a prioridade é evitar que o Brasil eleja um candidato comprometido com interesses externos ou alinhado a extremos, citando o modelo de Donald Trump como exemplo do que deve ser evitado. “Não podemos eleger alguém que guine o país à extrema-direita ou siga interesses de terceiros. Precisamos de um governante autêntico, que seja ele mesmo na eleição e no governo”, disse.

O tucano destacou sua simpatia por governadores que têm mostrado capacidade de entrega e diálogo, como Eduardo Leite (PSD-RS) e Ratinho Jr. (PSD-PR), e reforçou que Tarcísio é um gestor qualificado, apesar de seu atual foco na reeleição estadual. Também mencionou a experiência do ex-presidente Michel Temer como referência de governança, sugerindo que ele estaria “na lista de prioridades” caso decida participar da disputa.

Perillo foi enfático ao descartar uma candidatura de Ronaldo Caiado (União Brasil), apontando que seu estilo representaria “guinada ao radicalismo e perseguição política”, o que contrasta com a visão de governabilidade defendida pelo PSDB.

Quanto a uma candidatura própria, o dirigente tucano afirmou que o partido só lançará um nome se houver alguém “à altura”, lamentando a saída de Eduardo Leite para o PSD. A filiação do ex-governador Ciro Gomes ao PSDB, segundo Perillo, está em fase avançada de negociação, mas sem definição sobre sua candidatura presidencial.

Além das eleições presidenciais, o foco do PSDB em 2026 será fortalecer governos estaduais e ampliar a bancada no Congresso, buscando recuperar protagonismo perdido após 2022. Perillo também comentou sobre o fim das negociações de fusão com outros partidos, afirmando que a sigla seguirá sozinha ou em federações estratégicas.

Sobre a crise com os Estados Unidos, Perillo classificou o tarifaço imposto por Washington como “nefasto” e defendeu diálogo direto com o governo de Donald Trump, destacando a necessidade de uma política externa responsável e focada nos interesses nacionais.

O presidente do PSDB reconheceu ainda divisões internas sobre a atuação do ministro Alexandre de Moraes, mas reforçou que o partido defende a Constituição e o devido processo legal, sem que decisões judiciais sejam guiadas por critérios políticos.