PT paga R$ 2,3 milhões a marqueteiros da era Dilma e reduz dívida com condenados na Lava Jato

Pagamento à empresa de João Santana e Mônica Moura encerra disputa judicial envolvendo campanhas presidenciais petistas de 2014

PT paga R$ 2,3 milhões a marqueteiros da era Dilma e reduz dívida com condenados na Lava Jato
Imagem da internet

O Partido dos Trabalhadores (PT) quitou parte de uma dívida milionária com os marqueteiros João Santana e Mônica Moura, condenados na Operação Lava Jato. O valor de R$ 2,3 milhões foi destinado à empresa Polis Propaganda, que coordenou a comunicação da campanha de reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff em 2014.

O pagamento consta na prestação de contas entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo o acordo extrajudicial firmado entre as partes, o valor de R$ 2,2 milhões foi pago em parcela única, e o restante (cerca de R$ 531 mil) será quitado em cinco parcelas mensais. O compromisso prevê que ambas as partes desistam de recursos judiciais pendentes após a homologação do acordo.

Mesmo com o pagamento, o partido ainda possui R$ 4 milhões em dívidas com os marqueteiros, já que o valor original atualizado girava em torno de R$ 9 milhões. A sigla afirma que a nova negociação encerra um ciclo litigioso relacionado às campanhas passadas.

Marqueteiros da era petista
João Santana esteve à frente das principais campanhas eleitorais do PT desde 2006, incluindo as de Lula e Dilma, além da disputa municipal de Fernando Haddad, em 2012. Ao todo, a empresa do casal recebeu mais de R$ 160 milhões do partido ao longo de uma década.

Em 2016, o marqueteiro e sua esposa foram presos durante a 23ª fase da Lava Jato. Ambos firmaram delação premiada e confessaram ter recebido recursos por meio de caixa 2 e contratos fraudulentos. As sentenças foram posteriormente anuladas por decisão do Supremo Tribunal Federal, que também beneficiou o presidente Lula.

Com o nome reabilitado, Santana voltou ao mercado político e foi contratado, em 2021, para comandar a campanha de Ciro Gomes (PDT), com contrato mensal de R$ 250 mil.

Cicatrizes da Lava Jato ainda pesam
A regularização do pagamento reacende o debate sobre os vínculos financeiros e éticos entre partidos e profissionais envolvidos nos maiores escândalos da política nacional. A anulação dos processos e o retorno de Santana ao marketing eleitoral são vistos com reservas por setores que ainda cobram responsabilização e transparência.

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