
O governo dos Estados Unidos aplicou uma nova sanção que recai sobre dois nomes estratégicos do programa Mais Médicos, atingindo diretamente Mozart Júlio Tabosa Sales, braço direito do atual ministro Alexandre Padilha, e Alberto Kleiman, ex-consultor para a COP30 da OTCA. A medida, anunciada pelo secretário de Estado americano Marco Rubio, envolve a revogação dos vistos americanos de ambos e de seus familiares.
Mozart Tabosa, médico e atual Secretário de Atenção Especializada à Saúde, é considerado o “pai do Mais Médicos”, programa lançado em 2013 durante o governo Dilma Rousseff com o objetivo de ampliar a presença de médicos em áreas remotas, especialmente por meio de parcerias com Cuba. Braço direito de Padilha, Mozart esteve à frente da implementação do programa e sempre atuou próximo ao gabinete do ministro, tanto em gestões anteriores quanto no terceiro mandato de Padilha à frente do Ministério da Saúde.
Já Alberto Kleiman atuou como diretor do Departamento de Relações Internacionais do Ministério da Saúde entre 2012 e 2015, período em que o Mais Médicos foi concebido. Kleiman também coordenou iniciativas da COP30 na Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) e tem experiência internacional em órgãos como a OPAS e o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF).
Segundo o Departamento de Estado dos EUA, a sanção se justifica por suposto envolvimento de Mozart e Kleiman em um “esquema coercitivo de exportação de mão de obra do regime cubano, que explora médicos por meio de trabalho forçado”. No entanto, o Mais Médicos já foi reconhecido em relatórios da ONU como um modelo de cooperação internacional Sul-Sul na área da saúde, destacando seu impacto positivo no atendimento médico de populações vulneráveis no Brasil.
A medida americana reforça a tensão entre os dois países e coloca em evidência figuras-chave da política de saúde brasileira, que tiveram papel central na retomada do programa Mais Médicos em 2023.