STF redefine regras e 7 deputados perdem mandato com nova contagem de votos

Mudança nas sobras eleitorais altera composição da Câmara; parlamentares protestam, mas Corte reafirma defesa da representatividade

STF redefine regras e 7 deputados perdem mandato com nova contagem de votos
Imagem da internet

A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados confirmou nesta semana a perda do mandato de sete parlamentares federais, em cumprimento à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que declarou inconstitucionais as regras para distribuição das chamadas sobras eleitorais mecanismo usado para definir vagas restantes nas eleições proporcionais.

A decisão foi assinada pelo presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), com base nos dados enviados pelos Tribunais Regionais Eleitorais e em parecer da Corregedoria Parlamentar. O novo entendimento do STF foi aplicado retroativamente às eleições de 2022, exigindo a retotalização de votos em diversos estados.

Quem perdeu o mandato:

  • Silvia Waiãpi (PL-AP)
  • Sonize Barbosa (PL-AP)
  • Professora Goreth (PDT-AP)
  • Augusto Puppio (MDB-AP)
  • Lázaro Botelho (PP-TO)
  • Gilvan Máximo (Republicanos-DF)
  • Lebrão (União Brasil-RO)

Quem assume:

  • Paulo Lemos (Psol-AP)
  • André Abdon (PP-AP)
  • Aline Gurgel (Republicanos-AP)
  • Professora Marcivania (PCdoB-AP)
  • Rodrigo Rollemberg (PSB-DF)
  • Tiago Dimas (Podemos-TO)
  • Rafael Fera (Podemos-RO)

O estado do Amapá concentrou a maior parte das mudanças, com quatro novos nomes. O campo político do senador Davi Alcolumbre (União-AP), por exemplo, ganhou reforço com aliados entre os empossados.

Regras questionadas

As regras em vigor até então, aprovadas em 2021, limitavam a redistribuição das sobras a partidos que atingissem 80% do quociente eleitoral e cujos candidatos somassem ao menos 20% desse índice. Para o STF, essa norma compromete a representatividade e a pluralidade política, ao restringir o acesso de legendas menores ao Parlamento.

A Corte não apenas declarou a inconstitucionalidade das regras, como decidiu que o novo entendimento se aplicaria imediatamente ao resultado de 2022, provocando as mudanças agora consolidadas.

Críticas e reação política

A decisão gerou protestos. O ex-deputado Gilvan Máximo a classificou como “aberração jurídica” e anunciou, ao lado de outros parlamentares, uma greve de fome simbólica em Brasília. Eles alegam que foram eleitos de forma legítima, conforme as normas vigentes à época, e que não tiveram direito à ampla defesa no processo.

A Câmara tentou suspender a execução da decisão por meio de recurso, mas a maioria dos ministros já havia votado pela validade retroativa da nova regra. Para o Supremo, o critério antigo feria os princípios democráticos e exigia correção urgente.

Brasil no Centro – informação clara, posição firme.