
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) uma ordem executiva que impõe uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A decisão, que atinge diretamente exportações nacionais, foi justificada como resposta à forma como o Judiciário brasileiro conduz os processos contra Jair Bolsonaro acusado de tramar um golpe de Estado.
A medida é inédita, grave e revela um perigoso uso da política comercial como ferramenta de pressão ideológica e eleitoral. Trump recorreu à Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional para declarar o Brasil uma “ameaça incomum e extraordinária” à segurança dos EUA um argumento frágil que instrumentaliza as instituições americanas para interferir em assuntos internos de um país soberano.
No centro da crise está a tentativa de Trump de transformar o julgamento de Bolsonaro em bandeira política, usando a máquina do Estado norte-americano para pressionar as instituições brasileiras em especial o Supremo Tribunal Federal (STF). A sanção atinge setores estratégicos da economia e ameaça milhares de empregos.
Enquanto isso, Bolsonaro e seus aliados comemoram a escalada, enxergando na ofensiva americana uma forma de deslegitimar o processo judicial que enfrentam no Brasil. É uma inversão de valores preocupante: um ex-presidente investigado por crimes graves se beneficia politicamente de um ataque estrangeiro à soberania nacional.
A decisão também expõe a falta de articulação do governo brasileiro, que respondeu com retórica inflamada, mas sem apresentar soluções concretas para conter os danos econômicos. O resultado é um país encurralado entre o populismo internacional de Trump e o radicalismo doméstico do bolsonarismo enquanto a sociedade arca com o impacto.
O Brasil não pode ser refém de líderes que enxergam o comércio exterior como palanque ideológico. A defesa dos interesses nacionais exige equilíbrio, responsabilidade e compromisso com a estabilidade institucional.
Brasil no Centro – informação clara, posição firme.