
O governo federal desembolsou R$ 758,6 milhões em aluguéis de imóveis apenas no primeiro semestre de 2025 um aumento de 10,6% em relação ao mesmo período de 2024, já descontada a inflação. Os dados, divulgados pelo Tesouro Nacional, mostram que a despesa atingiu o maior patamar desde o início do atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O valor elevado reacende o debate sobre prioridades e eficiência no uso dos recursos públicos, especialmente em um cenário de restrição fiscal e demandas urgentes em áreas como saúde e educação. Para efeito de comparação, entre janeiro e junho de 2024, o gasto foi de pouco menos de R$ 690 milhões.
Historicamente, o recorde para o período ainda pertence a 2014, no governo Dilma Rousseff, quando a despesa chegou a R$ 1,2 bilhão. Mas a trajetória recente é de alta: somando apenas os primeiros semestres de 2023, 2024 e 2025, já foram comprometidos R$ 2,2 bilhões com locações.
Durante a pandemia, em 2020, esse custo ficou abaixo de R$ 910 milhões e, em 2021, não ultrapassou R$ 800 milhões. A diferença reforça que, apesar do discurso de austeridade, a atual gestão não tem conseguido conter gastos em áreas onde há espaço para revisão e racionalização.
Para especialistas, a conta bilionária com aluguéis expõe uma velha dificuldade da máquina pública: a falta de planejamento patrimonial. Sem um plano efetivo para reduzir a dependência de imóveis alugados, o governo mantém uma despesa recorrente que pesa no orçamento e limita investimentos estruturais.